Waldo Motta (ou Valdo Motta, nome artístico de Edivaldo Motta, São Mateus, Espírito Santo, 27 de outubro de 1959) é um poeta, ator, numerólogo, curador, místico e agitador cultural brasileiro, comumente ligado à geração marginal da década de 1980 e, mais especialmente, à de 1990.
Ele é apontado como uma das mais representativas vozes da poesia brasileira no final do século XX e início do século XXI, ao lado de Fabrício Carpinejar, Angélica Freitas (1973), Micheliny Verunschk (1972), Frederico Barbosa, Cláudia Roquette-Pinto e Cuti.
Obras
- Os anjos proscritos e outros poemas (parceria com Wilbett R. Oliveira). São Mateus: Edição dos Autores, 1980.
- O signo na pele. São Mateus: Centro de Cultura Negra do Vale do Cricaré, 1981.
- As peripécias do coração. São Mateus: Centro de Cultura Negra do Vale do Cricaré, 1981.
- Obras de arteiro. São Mateus: Edição do Autor, 1983.
- De saco cheio. São Mateus: Edição do Autor, 1983.
- Salário da loucura. São Mateus; Vitória: Edição do Autor, 1984.
- Eis o homem. Vitória: Fundação Ceciliano Abel de Almeida / Universidade Federal do Espírito Santo, 1987. Coletânea.
- Poiezen. Vitória; São Paulo: Universidade Federal do Espírito Santo / Massao Ohno, 1990.
- Bundo e outros poemas. Organização: Iumna Maria Simon e Berta Waldman. Campinas: Editora da Unicamp, 1996. Coletânea reunindo poemas dos livros Waw e Bundo.
- Transpaixão. Vitória: Edições Kabungo, 1999. Coletânea.
- Cidade cidadã. A cor da esperança. Organização: Adilson Vilaça. Vitória: Secretaria Municipal de Cidadania e Segurança Pública, 1998, v. 4. Publicação em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra.
- Recanto: poema das 7 letras. Vitória: Imã, 2002.
- Transpaixão. 2ª edição. Vitória: Editora da Universidade Federal do Espírito Santo, 2009.
- Terra sem mal. São Paulo: Patuá, 2015.
▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃
- Trecho de um texto de Fernando Gasparini retirado do site Overmundo sobre o legado poético de Waldo Motta.
Quero frisar, contudo, que uma reflexão honesta a respeito das poesias
modernas que lidam com o místico nos ajudará, sim, a compreender as
implicações maiores da poética de Waldo Motta, pois este nobre capixaba
inaugura uma hermenêutica própria, que deglute a modernidade e aponta
para o novo / antigo.
Seus poemas são a ponta do iceberg. Eles nos remetem a outras leituras
(que incluem os poetas modernos, entre muitas outras coisas) e essas
outras leituras são fundamentais para se aprofundar no poço, pois,
afinal, “o buraco é mais embaixo”.
Inclusive, uma ótima contribuição de Bundo - a obra marcante / inaugural
de Waldo - é nos abrir os olhos para as palavras da Bíblia Sagrada, que
são continuamente manipuladas ao longo dos séculos para justificar a
homofobia, o machismo, o assassinato e toda a sorte de desgraças. Waldo
nos ajuda a quebrar os preconceitos em relação aos textos sagrados,
olhando-os de forma alegórica, consciente das verdades inscritas /
deduzidas pelas metáforas.
E arrisco-me, tal como Murilo Mendes, a anunciar que "o poeta futuro já
se encontra no meio de nós. / Ele nasceu na terra / preparada de
sensuais e de místicos: / Surgiu do universo em crise, do massacre ente
irmãos, /Encerrando no espírito épocas superpostas".] [Fonte]
Nenhum comentário:
Postar um comentário