quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

WALDO MOTTA (1959)

 

Waldo Motta (ou Valdo Motta, nome artístico de Edivaldo Motta, São Mateus, Espírito Santo, 27 de outubro de 1959) é um poeta, ator, numerólogo, curador, místico e agitador cultural brasileiro, comumente ligado à geração marginal da década de 1980 e, mais especialmente, à de 1990. 

Ele é apontado como uma das mais representativas vozes da poesia brasileira no final do século XX e início do século XXI, ao lado de Fabrício Carpinejar, Angélica Freitas (1973),  Micheliny Verunschk (1972), Frederico Barbosa, Cláudia Roquette-Pinto e Cuti.

 Obras

  • Os anjos proscritos e outros poemas (parceria com Wilbett R. Oliveira). São Mateus: Edição dos Autores, 1980.
  • O signo na pele. São Mateus: Centro de Cultura Negra do Vale do Cricaré, 1981.
  • As peripécias do coração. São Mateus: Centro de Cultura Negra do Vale do Cricaré, 1981.
  • Obras de arteiro. São Mateus: Edição do Autor, 1983.
  • De saco cheio. São Mateus: Edição do Autor, 1983.
  • Salário da loucura. São Mateus; Vitória: Edição do Autor, 1984.
  • Eis o homem. Vitória: Fundação Ceciliano Abel de Almeida / Universidade Federal do Espírito Santo, 1987. Coletânea.
  • Poiezen. Vitória; São Paulo: Universidade Federal do Espírito Santo / Massao Ohno, 1990.
  • Bundo e outros poemas. Organização: Iumna Maria Simon e Berta Waldman. Campinas: Editora da Unicamp, 1996. Coletânea reunindo poemas dos livros Waw e Bundo.
  • Transpaixão. Vitória: Edições Kabungo, 1999. Coletânea.
  • Cidade cidadã. A cor da esperança. Organização: Adilson Vilaça. Vitória: Secretaria Municipal de Cidadania e Segurança Pública, 1998, v. 4. Publicação em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra.
  • Recanto: poema das 7 letras. Vitória: Imã, 2002.
  • Transpaixão. 2ª edição. Vitória: Editora da Universidade Federal do Espírito Santo, 2009.
  • Terra sem mal. São Paulo: Patuá, 2015.

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  • Trecho de um texto de Fernando Gasparini retirado do site Overmundo sobre o legado poético de Waldo Motta. 

Quero frisar, contudo, que uma reflexão honesta a respeito das poesias modernas que lidam com o místico nos ajudará, sim, a compreender as implicações maiores da poética de Waldo Motta, pois este nobre capixaba inaugura uma hermenêutica própria, que deglute a modernidade e aponta para o novo / antigo.

Seus poemas são a ponta do iceberg. Eles nos remetem a outras leituras (que incluem os poetas modernos, entre muitas outras coisas) e essas outras leituras são fundamentais para se aprofundar no poço, pois, afinal, “o buraco é mais embaixo”.

Inclusive, uma ótima contribuição de Bundo - a obra marcante / inaugural de Waldo - é nos abrir os olhos para as palavras da Bíblia Sagrada, que são continuamente manipuladas ao longo dos séculos para justificar a homofobia, o machismo, o assassinato e toda a sorte de desgraças. Waldo nos ajuda a quebrar os preconceitos em relação aos textos sagrados, olhando-os de forma alegórica, consciente das verdades inscritas / deduzidas pelas metáforas.

E arrisco-me, tal como Murilo Mendes, a anunciar que "o poeta futuro já se encontra no meio de nós. / Ele nasceu na terra / preparada de sensuais e de místicos: / Surgiu do universo em crise, do massacre ente irmãos, /Encerrando no espírito épocas superpostas".]
[Fonte

 

 

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