domingo, 3 de setembro de 2023

REPROGRAMAÇÃO 03 09 2023

 

[REPROGRAMAÇÃO]

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PESQUISAS

👨Eugene Thacker (Site) - Eugene Thacker é um filósofo, poeta e autor americano. Ele é professor de estudos de mídia na The New School na cidade de Nova York. Sua escrita é frequentemente associada à filosofia do niilismo e do pessimismo. Os livros de Thacker incluem In the Dust of This Planet (parte de sua trilogia Horror of Philosophy) e Infinite Resignation.

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👨Gary Lachman (1955) (Wiki) é um dos mais lidos e respeitados escritores sobre temas esotéricos e ocultistas da atualidade. 

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🧛Albin Grau (1884-1971) - foi um artista, arquiteto e ocultista alemão, e produtor e designer de produção de Nosferatu (1922) de FW Murnau. Ele foi o grande responsável pela aparência e espírito do filme, incluindo os cenários, figurinos, storyboards e materiais promocionais. Um estudante de ocultismo ao longo da vida e membro da Fraternitas Saturni, sob o nome mágico de Mestre Pacício, Grau foi capaz de imbuir Nosferatu com tons herméticos e místicos. Um exemplo em particular foi o contrato enigmático que o Conde Orlok e Knock trocaram, que estava preenchido com símbolos Enochianos, herméticos e alquímicos. Grau também teve forte influência na aparência verminosa e emaciada de Orlok. Grau afirmou que originalmente teve a ideia de filmar um filme de vampiros enquanto servia no exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial, quando um fazendeiro sérvio lhe disse que seu pai era um vampiro e um dos mortos-vivos, embora esta história possa ter sido inventada para promover o filme.

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🧛Hanns Heinz Ewers (1871-1943), espião, defensor da homossexualidade, pioneiro das drogas psicodélicas, aficionado e profissional do espiritismo, do Satanismo e do Vodu haitiano, amigo de Wilde e Aleister Crowley, membro desconfortável do NSDAP (Partido Nazista / National Socialist German Workers' Party) , nas palavras de José Rafael Hernández Arias:“[...] fez história cinematográfica escrevendo o roteiro de O estudante de Praga e dirigindo o filme junto com o diretor dinamarquês Stellan Rye. Hoje, considerado o primeiro filme do autor"(ARIAS, 2016, p. 20). De fato, Ewers contribuiu para o desenvolvimento de um Cinema Fantástico de claras (ou escuras) inclinações esotéricas, não apenas por sua história simbólica e alegórica, que bebe da lenda de Fausto e de clássicos como A maravilhosa história de Peter Schlemihle em William Wilson, de seu idolatrado Poe, levada três vezes à tela, mas também do romance Mandrágora, igualmente adaptado ao cinema em quatro ocasiões durante a vida de seu autor. 

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LEITURAS 

Li o artigo Cinema e ocultismo: notas para uma visão mágica do cinematógrafo de Jesús Palacios e fiz algumas anotações aqui das definições de ocultismo selecionadas por Palacios em seu artigo.

Definições de Ocultismo:

📔1 - Assim, o especialista francês Robert Amadou (1924-2006) (Wiki), citado por Carlos Culleré, explica que“o ocultismo é o conjunto das doutrinas e das práticas fundamentadas na teoria segundo a qual todo objeto pertence a um conjunto único e tem com todos os elementos deste conjunto relações necessárias, intencionais, atemporais e não espaciais” (CULLERÉ, 1977, p. 15)

📔2 - Em seu excelente estudo da Tradição Oculta (Amazon), David S. Katz (1953) (Wiki) nos ilumina acerca de ambos os aspectos de forma concisa e clara: A tradição oculta é uma corrente intelectual coerente que está enraizada na religião, na cosmologia e na metafísica e tenta reintegrar juntos aspectos muito diferentes da Criação Divina dentro de uma complexa estrutura de afinidades, simpatias e conexões. Dentro do seu domínio existem inúmeras subsistemas como a magia, a astrologia, a demonologia, a Cabala, a numerologia, o piramidismo, a adivinhação, a teurgia e muitos mais. Uma qualidade oculta é aquela que se esconde dos sentidos, em oposição às qualidades manifestas, que são facilmente apreensíveis. Por tanto, pode até mesmo incluir os elementos mais sobrenaturais da religião normativa, como o milenarismo, a profecia e o destino. No fundo de tudo isso se encontra a firme convicção de que existe um plano para o universo, uma estrutura subjacente, que se chegássemos a entender não apenas nos propiciaria conhecimento para encontrar a felicidade, mas também seríamos capazes de manipular suas operações. (KATZ, 2007, p. 3-4) 

📔 3 - Oculto, secreto, esotérico, desconhecido: estas são algumas definições do dicionário para "ocultismo" (no original em Inglês: occult). A própria palavra vem da raiz latina occulo e está ligada ao termo técnico astronômico "ocultação", como quando um corpo pesado escuro "obstrui" outro ao passar a sua frente. Na mente popular, é claro, "ocultismo" é um termo multifacetado que indica uma ampla variedade de coisas, desde o Satanismo, a bruxaria e os horóscopos de jornal aos médiuns da Internet e os Óvnis. Ainda que não seja totalmente errado, esta "palavra para tudo" indica o tipo de degradação que sofre a linguagem ao longo do tempo. Ocultismo ou o oculto é um termo genérico para uma série de crenças e disciplinas que, geralmente, concordamos em considerar cientificamente inútil e, na prática, sem valor algum. (LACHMAN, 2003, p. 11)

📔 4 - O surrealista Alexandrian, que criteriosamente prefere o termo "filosofia oculta" a Ocultismo ou a Ciências Ocultas, Os autores racionalistas consideram o campo do oculto como um conjunto de devaneios ideológicos dos quais nos libertamos graças à razão discursiva e à ciência; e não aceitam explorar mais que o suficiente para medir o caminho do conhecimento percorrido pela espécie humana, e assim preservá-lo de devaneios semelhantes no futuro. [...] O meu ponto de vista, ao contrário, entende que ainda não saímos inteiramente das crenças mágicas, e que provavelmente nunca sairemos: o homem mais racional do mundo as conserva enfraquecidas e disfarçadas em seu íntimo. Elas não tendem a desaparecer, mas dissimulam-se cada vez mais profundamente sob uma aparência lógico-pragmática. Então, ao invés de considerar essas crenças mágicas como mortas, devemos reconhecer nelas os sinais vivos de um estado de espírito que vive em perpétua evolução ao longo dos séculos. Elas correspondem a recursos psíquicos permanentes da humanidade que a filosofia oculta pretende definir, aumentar e utilizar para benefício do indivíduo, o que torna seu estudo indispensável, entre outras coisas, para uma boa apreciação do devir dos seres humanos. (ALEXANDRIAN, 2003, p.17)

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