terça-feira, 22 de outubro de 2024

ONE PIECE - SAGA DE EAST BLUE SO1E05

 

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SAGA DE EAST BLUE

Arco da Vila Laranja (Orange Town)

S01E05"Temos um Favor a Pedir! Partida para a Grande Rota!"

Personagens: Luffy, Zoro, Capitão Buggy, Nami

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Discussões filosóficas1. Liberdade e Autodeterminação: A Luta de Nami / 2. A Natureza da Aliança: Confiança e Interesses Pessoais / 3. O Confronto com Buggy: Poder e Arrogância / 4. As Máscaras Sociais e a Verdadeira Natureza

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Breve resumo do episódio: No quinto episódio de *One Piece*, Luffy e Zoro continuam sua jornada e conhecem Nami, uma ladra especializada em roubar piratas. Nami deseja formar uma aliança com Luffy e Zoro para seus próprios fins, mas deixa claro que ela odeia piratas. Ao mesmo tempo, eles são atacados pela tripulação do Capitão Buggy, o Pirata Palhaço, e capturados. Durante o episódio, Luffy demonstra sua determinação e firmeza ao enfrentar a tripulação de Buggy, enquanto Nami revela mais sobre sua astúcia e desejo de liberdade. Apesar de sua relutância em confiar em piratas, Nami começa a ver em Luffy uma possível parceria.

Comentários Filosóficos sobre o Episódio:

1. Liberdade e Autodeterminação: A Luta de Nami

O personagem de Nami traz à tona questões sobre liberdade e autodeterminação. Nami deseja a liberdade, mas vive numa constante luta contra piratas, os quais despreza. Sua vida como ladra é uma expressão de sua rebelião contra as forças que a oprimem, mas também revela o paradoxo de buscar liberdade em meio a uma vida de desconfiança e incerteza. Esse dilema reflete a filosofia de Jean-Paul Sartre, que acreditava que a liberdade absoluta muitas vezes vem com o peso da responsabilidade e da angústia. Nami quer ser livre, mas o caminho para sua liberdade é tortuoso e cheio de contradições.

Para Sartre, a liberdade não é apenas um estado de ser, mas uma tarefa, algo que precisamos criar para nós mesmos a cada escolha. Nami, ao escolher roubar piratas e rejeitar alianças com eles, está tentando moldar sua própria liberdade, mas ainda luta com as consequências e o isolamento dessa escolha. A filosofia de Sartre nos faz questionar: até que ponto podemos realmente ser livres quando estamos constantemente cercados por forças externas que limitam nossas opções?

2. A Natureza da Aliança: Confiança e Interesses Pessoais

O pedido de aliança entre Nami, Luffy e Zoro coloca em questão a natureza das relações humanas baseadas na confiança. Nami quer se aliar a eles, mas seus motivos são puramente utilitários, e ela deixa claro que não confia em piratas. Esse tipo de aliança levanta a questão filosófica da confiança e do egoísmo nas relações, que foi amplamente discutida por Thomas Hobbes em sua teoria do contrato social. Para Hobbes, a cooperação entre as pessoas frequentemente surge por necessidade, não por genuína confiança ou bondade.

Nesse contexto, a aliança proposta por Nami é um acordo de conveniência, o que levanta a questão: é possível estabelecer uma relação genuína quando a confiança não existe? O contrato social hobbesiano é baseado na ideia de que os indivíduos entram em acordo para evitar danos maiores, mas isso não significa que a confiança ou a moralidade sejam os princípios fundamentais. No entanto, no mundo de *One Piece*, essas alianças, mesmo que inicialmente baseadas no interesse próprio, podem evoluir para algo mais significativo, como veremos mais tarde na relação entre Nami, Luffy e Zoro.

3. O Confronto com Buggy: Poder e Arrogância

O Capitão Buggy representa o poder opressivo e a arrogância que muitas vezes acompanha aqueles que se consideram intocáveis. Sua tripulação, marcada por obediência cega e medo, reflete a forma como líderes tirânicos mantêm controle através da intimidação e da força. Esse cenário lembra as críticas de Friedrich Nietzsche à moralidade dos fracos e à "vontade de poder". Para Nietzsche, os tiranos, como Buggy, impõem sua vontade sobre os outros, não por justiça ou verdade, mas por puro desejo de dominação.

A resistência de Luffy a Buggy pode ser vista como um ato de superação nietzschiana, onde Luffy se recusa a ser dominado pelo poder opressivo e afirma sua própria liberdade e força de vontade. Ao desafiar Buggy, Luffy demonstra que o verdadeiro poder não está na força física ou na tirania, mas na determinação de perseguir um objetivo com integridade. Essa postura de Luffy ecoa o ideal de Nietzsche sobre a superação das limitações impostas pelos outros e a afirmação do próprio caminho.

4. As Máscaras Sociais e a Verdadeira Natureza

O episódio também levanta a questão de como as pessoas escondem suas verdadeiras intenções e naturezas atrás de "máscaras". Buggy, com sua imagem de palhaço, esconde seu lado cruel e manipulador, enquanto Nami esconde seu verdadeiro propósito por trás da fachada de uma ladra interesseira. Isso nos leva à reflexão de que, em muitas interações humanas, as pessoas usam máscaras para sobreviver ou manipular o ambiente ao seu redor.

Filosoficamente, isso remete às ideias de Erving Goffman sobre a "representação de si" em situações sociais. Goffman argumenta que as pessoas, em diferentes contextos, desempenham papéis sociais e ajustam seu comportamento para se adequar às expectativas dos outros. Em *One Piece*, tanto Buggy quanto Nami desempenham papéis para conseguir o que querem, mas suas verdadeiras naturezas eventualmente vêm à tona. Isso nos faz refletir sobre a autenticidade e a manipulação nas interações humanas e sobre até que ponto nossas ações refletem quem realmente somos.

Esse episódio de *One Piece* toca em temas profundos de liberdade, poder e as dinâmicas de confiança, deixando o espectador a refletir sobre as complexidades das relações humanas e os desafios de ser autêntico em um mundo de interesses conflitantes.

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Erving Goffman (1922-1982) foi um cientista social, antropólogo, sociólogo e escritor canadense. Foi considerado "o sociólogo norte-americano mais influente do século XX". Para Goffman, as interações sociais são as influências que os indivíduos irão exercer uns aos outros, quando se encontram juntos. Para analisar os papéis sociais que são empregados pelas pessoas durante uma interação social, Goffman. utilizou-se da perspectiva da Representação Teatral da vida social.

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