sábado, 29 de março de 2025

AS CAPAS DO CATHEDRAL E A ARTE DE DAVE PATCHETT


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As capas dos álbuns do Cathedral (banda inglesa de doom/stoner metal) são verdadeiras obras de arte, combinando surrealismo, fantasia e elementos sombrios que refletem perfeitamente o clima doom metal da banda. Muitas dessas capas foram criadas pelo lendário artista Dave Patchett, que se tornou uma marca registrada do visual da banda. Seu estilo mistura simbolismo religioso, paisagens apocalípticas e criaturas bizarras, criando um universo próprio para o Cathedral. A banda criada em 1989 encerrou suas atividade em 2013 após 10 álbuns de estúdio e turnê extensiva em mais de duas décadas.

Site do artista: Dave Patchett

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Principais capas do Cathedral e seus significados:

Forest of Equilibrium (1991) – Uma das mais icônicas capas do doom metal, apresenta uma paisagem mística e melancólica, cheia de seres fantásticos e um ambiente opressivo. Reflete o som arrastado e denso do álbum.

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The Ethereal Mirror (1993) – Uma explosão de cores e elementos bizarros, representando o afastamento do som mais puro do doom e a adoção de influências psicodélicas e stoner.  

Obs: Documentário disponível no Youtube com entrevistas que incluem a arte de Dave Patchett e detalhes da produção do álbum Ethereal Mirror

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A capa do EP Statik Majik (1994) do Cathedral, mais uma criação do artista Dave Patchett, traz elementos visuais característicos da banda, misturando surrealismo, misticismo e um toque psicodélico.

No centro da imagem, há uma figura feminina de pele verde e olhar hipnótico, vestida com roupas que remetem a rituais esotéricos. Suas mãos estão em uma posição gestual que sugere controle ou invocação mágica, reforçando o título do EP, que faz referência a uma magia "estática" ou oculta. Atrás dela, um círculo brilhante cria uma aura mística, como uma lua ou um portal, dando um tom sobrenatural à cena.

Abaixo, um esqueleto de braços erguidos parece adorá-la ou invocá-la, acrescentando um clima ritualístico e sinistro à composição. O fundo escuro contrasta com os elementos coloridos, destacando ainda mais a atmosfera fantasmagórica da arte.

Esse estilo visual reflete não apenas a sonoridade do Cathedral, que nesse período flertava com uma mistura de doom metal e stoner metal, mas também a estética psicodélica e progressiva que influenciava a banda. O trabalho de Dave Patchett sempre teve um papel essencial na identidade visual do Cathedral, criando capas que são verdadeiras obras de arte dentro do metal.

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The Carnival Bizarre (1995) – Uma das capas mais surreais, cheia de criaturas grotescas e um cenário onírico, capturando o tom místico e psicodélico do álbum.

A capa do álbum The Carnival Bizarre (1995) do Cathedral, criada por Dave Patchett, é uma das mais icônicas do doom metal, carregada de simbolismo, surrealismo e referências esotéricas.

Ver imagem completa no site do Artista. A capa do álbum é apenas um recorte da obra.

Análise Visual

A arte apresenta um casal esquelético unido pelo torso, simbolizando talvez a dualidade entre o masculino e o feminino, o espiritual e o material, ou mesmo a morte e a eternidade. Suas expressões serenas contrastam com a inquietação do cenário ao fundo.

No céu e no entorno, há uma série de figuras estranhas e oníricas, remetendo a um pesadelo medieval ou a um quadro de Hieronymus Bosch, pintor renascentista famoso por suas representações de visões infernais. Entre os detalhes, vê-se criaturas híbridas, cenas de tortura, e construções distorcidas que remetem a um carnaval macabro – uma referência direta ao título do álbum.

As cores predominantes são tons de azul e roxo, transmitindo uma atmosfera mística e transcendental. O logotipo da banda e o título do álbum aparecem em uma tipografia ornamentada, contribuindo para a estética psicodélica e esotérica.

Significado e Conexão com o Álbum

A capa se encaixa perfeitamente com o conteúdo do disco, que explora temas de ocultismo, fantasia e uma crítica à sociedade contemporânea através de letras carregadas de simbolismo. Musicalmente, The Carnival Bizarre representa um dos ápices do doom metal com influências stoner e psicodélicas, o que se reflete na estética da capa.

O trabalho de Dave Patchett nas capas do Cathedral sempre ajudou a consolidar a identidade visual única da banda, misturando misticismo, ironia e uma abordagem quase cósmica do doom metal.

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Supernatural Birth Machine (1996) – Com um toque sci-fi e cyberpunk, essa capa mostra o interesse da banda por temas futuristas e esotéricos. As figuras monstruosas e expressões exageradas remetem a artistas como Hieronymus Bosch ou Salvador Dalí, enfatizando o estranhamento e a crítica social subjacente.

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Caravan Beyond Redemption (1998) – Outro trabalho intrincado de Patchett, carregado de simbolismo e figuras grotescas.

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Endtyme (2001) – Diferente das anteriores, essa capa é minimalista e mais sombria, refletindo o retorno a um som mais pesado e opressivo.

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The VIIth Coming (2002) – Segue a linha psicodélica e caótica, cheia de detalhes e simbolismos com um grande pássaro pré-histórico com as asas em chamas como figura central e tomando a maior parte da imagem.

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The Guessing Game (2010) – Um verdadeiro espetáculo visual, misturando elementos vitorianos, steampunk e surrealismo.

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The Garden of Unearthly Delights é o oitavo álbum completo da banda britânica de doom metal Cathedral. Foi lançado em 26 de janeiro de 2006. O título do álbum é inspirado na pintura de Hieronymus Bosch, The Garden of Earthly Delights. O álbum foi gravado no New Rising Studios e produzido por Warren Riker.

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The Last Spire (2013) – A despedida da banda vem com uma capa sombria e épica, retratando o fim da jornada do Cathedral.

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As artes do Cathedral não são apenas ilustrações de álbuns, mas sim portais para os mundos criados pela banda, onde o doom metal se mistura com mitologia, fantasia e simbolismo.


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