Autopsy é uma das bandas mais icônicas e influentes do death metal norte-americano. Formada em 1987 em Concord, Califórnia, por Chris Reifert (bateria e vocais), a banda rapidamente se destacou por seu som brutal, sujo e atmosférico, misturando o peso do death metal com influências do doom metal e do horror clássico.
Estilo musical
O som do Autopsy é inconfundível. Com guitarras distorcidas e arrastadas, linhas de baixo podres e vocais guturais vomitados com desespero, a banda é frequentemente associada ao death metal mais cru e visceral, com passagens lentas e sombrias típicas do doom metal.
Diferente de outras bandas da cena da Flórida, como Death ou Morbid Angel, o Autopsy optou por manter uma estética menos técnica e mais atmosférica, criando faixas que alternam entre velocidade e lentidão, gerando tensão e desconforto.
Temática das letras
As letras do Autopsy mergulham fundo no horror corporal (body horror), morte, decomposição, doença, insanidade, necrofilia e terror psicológico. Muitas vezes, suas letras lembram os filmes de horror gore dos anos 70 e 80, como os de Lucio Fulci ou George A. Romero. O foco é criar repulsa e fascínio ao mesmo tempo — como uma cena de carnificina onde o ouvinte não consegue desviar o olhar.
Álbuns de estúdio
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Severed Survival (1989)
O álbum de estreia é um clássico do death metal. Com uma produção crua e brutal, traz riffs lentos, batidas arrastadas e letras nojentas. O baixo de Steve DiGiorgio (na época convidado) se destaca. Faixas como “Charred Remains” e “Ridden with Disease” são hinos da podridão. -
Mental Funeral (1991)
Considerado por muitos o ápice criativo da banda. Atmosférico, sombrio, e com forte influência do doom metal, esse álbum mistura agonia e fúria como poucos. Canções como “Torn from the Womb” e “In the Grip of Winter” são essenciais para entender o estilo único do Autopsy. Ver comentário detalhado de cada uma das 12 faixas do álbum. -
Acts of the Unspeakable (1992)
Um disco ainda mais sujo e perverso, com 18 faixas curtas e diretas, quase punk em estrutura, mas com peso e letras mais doentias que nunca. A arte do encarte foi censurada em muitos países pela sua natureza explícita. -
Shitfun (1995)
Último álbum antes do primeiro fim da banda. Uma mistura de death metal com grindcore e letras ainda mais escatológicas e bizarras. Dividiu opiniões, mas ganhou status cult. Como o nome sugere, é puro caos e perversão. -
Macabre Eternal (2011)
Após 16 anos, a banda retorna com força. Mantendo o estilo antigo, mas com uma produção melhorada. As letras continuam sangrentas, e o som é fiel ao espírito dos anos 90. -
The Headless Ritual (2013)
Um disco sombrio e arrastado, com passagens lentas e mórbidas. As letras mergulham no horror psicológico. Destaque para faixas como “Slaughter at Beast House”. (Ver letras analisadas da banda) -
Tourniquets, Hacksaws and Graves (2014)
Um título que já resume o conteúdo do álbum: mutilação, horror e sofrimento. Mantém a pegada do anterior, com músicas como “The Howling Dead” e “Burial”. -
Morbidity Triumphant (2022)
Um retorno triunfal à forma clássica. A banda mostra que ainda sabe fazer um death metal que mistura podridão com atmosfera macabra. Faixas como “Stab the Brain” mostram a vitalidade da banda mesmo após décadas de estrada.
Curiosidades
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Chris Reifert, fundador do Autopsy, foi o baterista do Death no álbum “Scream Bloody Gore” (1987), considerado um dos primeiros discos de death metal da história.
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O Autopsy é frequentemente creditado como uma das bandas que ajudaram a definir o "death/doom", influenciando bandas como Winter, Asphyx e Cianide.
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Mesmo com hiatos, o Autopsy sempre manteve o espírito underground, recusando-se a modernizar o som ou seguir tendências comerciais.
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O estilo visual da banda e suas artes de capa lembram ilustrações de revistas de terror dos anos 70, cheias de sangue, vísceras e cadáveres em decomposição.
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A banda nunca abandonou o humor negro. O próprio nome do álbum Shitfun é uma piada suja com o conceito de prazer e escatologia.
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