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sábado, 7 de junho de 2025

TOOL

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Tool é uma banda de rock/metal progressivo norte-americana formada em 1990 em Los Angeles, Califórnia. A banda é constituída pelo baterista Danny Carey, o guitarrista Adam Jones, o vocalista Maynard James Keenan e o baixista Justin Chancellor. A banda é uma das mais influentes e enigmáticas do rock e metal alternativo, conhecida por sua sonoridade complexa, letras profundas e uma estética visual marcante. Eles frequentemente transitam entre metal progressivo, art rock, post-metal e heavy metal, criando um som que é cerebral e visceral ao mesmo tempo. 



Estética

A estética da Tool é tão intrincada quanto sua música. Ela é profundamente psicodélica, sombria, surreal e muitas vezes perturbadora, mas sempre com um senso de propósito e simbologia. Alguns pontos-chave incluem:

  • Arte Visual: Grande parte da identidade da banda é construída através de suas capas de álbuns e videoclipes. O trabalho de artistas como Alex Grey (especialmente a partir de Lateralus) é central, com suas representações de anatomia humana, espiritualidade, geometria sagrada e visões cósmicas. Antes de Grey, o guitarrista Adam Jones e Cam de Leon desenvolveram uma estética mais sombria e industrial, com figuras retorcidas e ambientes distópicos, como visto nos vídeos de "Sober" e "Stinkfist".
  • Simbolismo: A Tool faz uso extensivo de símbolos e padrões, como a sequência de Fibonacci e a espiral dourada, que aparecem tanto nas composições musicais quanto na arte visual. Isso reforça a ideia de uma ordem universal e de crescimento contínuo.
  • Mistério e Exclusividade: A banda historicamente evitou a exposição na mídia e manteve uma postura reservada, o que contribuiu para uma aura de mistério. Seus lançamentos são espaçados, e eles são conhecidos por vídeos musicais que raramente eram exibidos na MTV em seu auge, forçando os fãs a buscar a experiência completa por outros meios.


Temática das Canções

As letras da Tool, escritas principalmente por Maynard James Keenan, são notoriamente introspectivas, filosóficas e cheias de simbolismo e metáforas. Elas convidam o ouvinte a uma interpretação pessoal e à auto-reflexão. Alguns dos temas recorrentes incluem:

  • Crescimento Pessoal e Transformação: Muitos hinos exploram a ideia de evolução, superação de obstáculos e a busca por um eu mais elevado. "Forty Six & 2" e "Lateralus" são exemplos clássicos dessa jornada de autoconhecimento e transcendência.
  • Crítica Social e Alienação: A banda frequentemente aborda a manipulação da mídia, a corrupção política, o consumismo e a superficialidade da sociedade moderna. Canções como "Vicarious" e "The Pot" são exemplos disso, questionando a tendência humana ao voyeurismo e ao materialismo.
  • Espiritualidade e Consciência: Há uma forte conexão com temas espirituais, gnosticismo, ocultismo e a exploração da consciência. A música incentiva a examinar crenças e questionar o mundo ao redor.
  • Dor, Trauma e Cura: A banda não se esquiva de temas mais sombrios como abuso e trauma, mas muitas vezes os contextualiza dentro de uma jornada de cura e libertação. "Prison Sex" é um exemplo poderoso que aborda o ciclo de abuso.
  • Ciclos e Padrões: Inspirados em conceitos como os de Carl Jung (o "sombra" em "Forty Six & 2") e Joseph Campbell (a jornada do herói), a Tool explora padrões cíclicos na vida e na psique humana.


Álbuns de Estúdio

A discografia da Tool, embora não extensa, é considerada por muitos uma coleção de obras-primas, cada uma com sua própria identidade e profundidade.

  • Opiate (EP - 1992): Este EP de estreia apresenta um som mais cru e agressivo, com fortes influências do grunge e metal alternativo da época. As letras já mostravam um sarcasmo e crítica à religião e à sociedade. "Hush" é um destaque.
  • Undertow (1993): O primeiro álbum de estúdio completo da banda. É um disco pesado e introspectivo, com faixas mais longas e complexas, misturando o peso do heavy metal com letras que exploram temas de raiva, alienação e dor. Contém clássicos como "Sober" e "Prison Sex".
  • Ænima (1996): Um marco na carreira da banda e considerado por muitos como um dos álbuns mais importantes do metal alternativo/progressivo. A sonoridade se torna mais experimental e polida, com a introdução de elementos progressivos e psicodélicos mais evidentes. As letras são mais abertamente críticas à cultura da Califórnia e à superficialidade, inspiradas em parte no comediante Bill Hicks. Inclui "Stinkfist" e a faixa-título.
  • Lateralus (2001): Este álbum é frequentemente citado como a obra-prima da Tool. É uma jornada musical e filosófica, com composições ainda mais elaboradas, ritmos complexos e letras que exploram a interconexão da vida, a consciência e a expansão da mente, com referências claras à sequência de Fibonacci. Destaques incluem "Schism", "Parabola" e a faixa-título.
  • 10,000 Days (2006): Mantendo a complexidade de Lateralus, este álbum é mais pessoal, com Maynard James Keenan abordando o luto pela perda de sua mãe, que viveu 10.000 dias em sofrimento antes de falecer. As faixas são épicas e carregadas emocionalmente. Contém "Vicarious" e "The Pot".
  • Fear Inoculum (2019): Lançado após um hiato de 13 anos, Fear Inoculum é uma obra que reflete a maturidade da banda. As músicas são longas, intrincadas e meditativas, com arranjos complexos e uma sonoridade que remete à experiência acumulada ao longo das décadas. As letras abordam temas de envelhecimento, superação e a "infecção" pelo medo. Destaques como "Pneuma" e "Invincible" demonstram que a banda ainda está em seu auge criativo.

A Tool continua a ser uma força singular na música, desafiando convenções e convidando os ouvintes a uma experiência auditiva e intelectual profunda.



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domingo, 4 de maio de 2025

DVNE

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DVNE (pronuncia-se Dune) é uma banda escocesa de metal formada em Edimburgo. Eles são conhecidos por sua sonoridade que mistura sludge metal, progressive metal, post-metal e elementos de doom, criando uma música densa, atmosférica e altamente técnica.


🌀 Estilo musical

O som da DVNE é frequentemente comparado ao de bandas como Mastodon, Baroness, Neurosis e Cult of Luna, mas com uma identidade própria, marcada por:

  • Vocais agressivos e limpos (em camadas ou alternados)

  • Riffs pesados e arrastados, típicos do sludge

  • Atmosferas cósmicas e progressivas, com teclados e sintetizadores

  • Composições complexas com mudanças de ritmo e climas épicos


🔥 Formação atual (última conhecida até 2024):

  • Victor Vicart – guitarra, vocais

  • Dudley Tait – bateria

  • Dan Barter – guitarra, vocais

  • Alan Boyne – baixo

  • Ross Hunter – teclados e sintetizadores


📀 DISCOGRAFIA DESTACADA:

1.Asheran (2017)

Um álbum conceitual com forte influência de ficção científica e temas existenciais. Mistura sludge com progressivo em uma jornada pesada e introspectiva.


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2. Etemen Ænka (2021)

Lançado pela Metal Blade Records, é mais ambicioso e melódico, com produção refinada. Recebeu ampla aclamação da crítica especializada por sua densidade emocional e musicalidade complexa. 

Letras analisadas do álbum: 


1.Enûma Eliš - 04:38


2.Towers - 09:05 /   

3.Court of the Matriarch - 07:13 /   

4.Weighing of the Heart - 03:05 /  

5.Omega Severer - 09:42 /  

6.Adræden 03:13 (instrumental)

7.Sì-XIV 06:22 /  

8.Mleccha 08:09 /  

9.Asphodel - 04:41 /   

10.Satuya - 11:061.Enûma Eliš - 04:38

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3. Voidkind (2024)

Álbum mais recente (até 2024), onde a banda aprofunda ainda mais sua fusão entre o metal progressivo e a agressividade do sludge, com momentos etéreos e brutalidade técnica.

1. Summa Blasphemia 5:28

2. Eleonora 8:48

3. Reaching For Telos 5:23

4. Reliquary 7:46

5. Path Of Dust 1:28

6. Sarmatæ 4:30

7. Path Of Ether 1:30

8. Abode Of The Perfect Soul 7:29

9. Plērōma 6:01

10. Cobalt Sun Necropolis 9:57



🌌 Temáticas líricas e visuais:

  • Ficção científica e mundos distópicos

  • Filosofia e existencialismo

  • Viagens espaciais, mitologia e espiritualidade

  • Arte de capa sempre conceitual e detalhada, remetendo à estética sci-fi/fantasy


DVNE é uma banda para quem gosta de peso com profundidade, riffs com narrativa e álbuns que são experiências completas. Ideal para quem curte metal desafiador e atmosférico.


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quarta-feira, 19 de março de 2025

MASTODON / THE MAKING OF HUSHED & GRIM (2022)

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The Making of Hushed & Grim

Gênero: Documentário

Ano: 2022

Direção: Bryan Bankovich

Onde assistir: Youtube / Canal da Banda

The Making of Hushed & Grim é um documentário de 90 minutos que mergulha nos bastidores da criação do nono álbum de estúdio do Mastodon, Hushed & Grim. Dirigido com sensibilidade e atenção aos detalhes, o filme oferece uma visão íntima e multifacetada da banda, explorando não apenas seu processo criativo, mas também a dinâmica pessoal entre seus membros. O resultado é uma obra que agrada tanto aos fãs de longa data quanto aos espectadores que buscam entender o que faz do Mastodon uma das bandas mais inovadoras e respeitadas do metal moderno.

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Exploração do Processo Criativo

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Um dos grandes méritos do documentário é sua capacidade de capturar a complexidade e a profundidade do processo criativo do Mastodon. A banda, conhecida por suas composições intricadas e letras conceituais, abre as portas de seu estúdio para revelar como Hushed & Grim foi construído. Vemos os integrantes — Brent Hinds, Bill Kelliher, Brann Dailor e Troy Sanders — em momentos de colaboração intensa, experimentação sonora e até de frustração. A câmera não tem medo de mostrar os altos e baixos da criação artística, o que confere autenticidade ao filme.

O documentário também destaca a importância da produção e da engenharia de som, com participações de figuras-chave como o produtor David Bottrill. Essas cenas são particularmente fascinantes para quem se interessa pela parte técnica da música, mostrando como cada detalhe sonoro é meticulosamente trabalhado para criar a atmosfera única do álbum.

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Aspectos Emocionais e Temas Pessoais

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Além do processo musical, The Making of Hushed & Grim aborda os temas pessoais que permeiam o álbum. O Mastodon sempre foi conhecido por infundir suas músicas com narrativas profundas e emocionalmente carregadas, e este álbum não é diferente. O documentário explora como a perda de Nick John, empresário da banda e amigo próximo, impactou o grupo e influenciou a criação de Hushed & Grim. Esses momentos são tocantes e adicionam uma camada de profundidade ao filme, mostrando como a música pode ser uma forma de lidar com o luto e a dor. Nick faleceu em 2018 por conta de um câncer no pâncreas.

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O Lado Cômico e a Química da Banda

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Apesar de abordar temas pesados, o documentário também sabe equilibrar o tom com momentos de leveza e humor. As esquetes cômicas intercaladas ao longo do filme revelam o lado descontraído e irreverente do Mastodon, mostrando que, mesmo em meio a um processo criativo desafiador, a banda mantém um forte senso de união e camaradagem. Essas cenas são um respiro bem-vindo e ajudam a humanizar os integrantes, lembrando ao público que, por trás de músicos talentosos, há pessoas reais com personalidades distintas e um grande senso de humor.

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Produção e Narrativa

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A produção do documentário é impecável, com uma edição fluida que alterna entre cenas do estúdio, entrevistas e momentos de descontração. A fotografia é cuidadosamente pensada, capturando tanto a intensidade das sessões de gravação quanto a beleza dos ambientes onde a banda trabalha. A narrativa, embora não linear, é coesa e mantém o espectador engajado do início ao fim.

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Pontos de Melhoria

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Embora o documentário seja uma obra sólida, alguns fãs podem achar que ele poderia explorar ainda mais certos aspectos da criação do álbum. Por exemplo, um mergulho mais profundo nas letras e nos conceitos por trás de cada música poderia enriquecer ainda mais a experiência. Além disso, enquanto as esquetes cômicas são divertidas, alguns espectadores podem sentir que elas interrompem o fluxo do documentário, especialmente em momentos mais emocionais.

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Conclusão

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The Making of Hushed & Grim é um documentário envolvente e bem-executado que oferece uma visão rara e detalhada do processo criativo de uma das bandas mais importantes do metal contemporâneo. Ele equilibra com maestria a seriedade da criação artística com a leveza da dinâmica pessoal da banda, resultando em uma obra que é tanto informativa quanto emocionalmente ressonante. Para os fãs do Mastodon, é uma experiência obrigatória; para os não iniciados, é uma porta de entrada fascinante para o universo da banda.

Nota: 8.5/10


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